Depois de muita discussão, eis que finalmente um grupo de 10 profissionais ligados ao Cinema em Portugal, entre eles, Paulo Trancoso (Produtor), Anabela Teixeira (Actriz), Miguel Gonçalves Mendes (Realizador) e Inês de Medeiros, uniram-se na tentativa de institucionalizar uma Academia que tivesse como objectivo, não só a reunião de profissionais reconhecidos no panorama do cinema nacional, mas também o propósito de “divulgar, promover, conservar, melhorar e premiar a criação cinematográfica nacional, através dos seus técnicos e criadores.”
Foi na sexta-feira de 8 de Julho que a escritura foi assinada e a Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas começou, de forma formal e instituída, a dar os primeiros passos nesta unificação que será a equivalência portuguesa aos Óscares (E.U.A), aos Goya (Espanha) ou aos David Di Donatello (Itália). Prémios que autenticam o reconhecimento exclusivamente nacional pela arte cinematográfica praticada ao longo do ano nesse país.
A primeira cerimónia desta academia está marcada para 2012.
Segundo dados fornecidos pela ICA (Instituto do Cinema e Audiovisual), 2011 será um ano relativamente prolífero para a produção nacional, esperando-se o lançamento de 21 longas-metragens de ficção e 7 longas-metragens documentais.
A urgência, para que as atribuições se realizem já no ano que se avizinha, levou a que a organização já tenha começado uma missão na tentativa de encontrar parceiros honorários e beneméritos para angariar fundos e serviços necessários à realização do evento.
Àparte de identidades e empresas ligadas à indústria de cinema e das 340 pessoas do Universo audiovisual português já inscritas, a Academia vai tentar associar-se à Câmara de Lisboa para a cedência de um espaço, assim como sondar as três principais estações de televisão generalistas, RTP, SIC e TVI para garantir um acordo de investimento e uma transmissão televisiva da entrega dos prémios.
Agora que foi criada é necessário dar um nome ao galardão.
Apesar de uma lista já constituída com mais de 10 nomes, segundo Paulo Trancoso, a escolha está a recair sobre o nome de “Aurélio”, em homenagem ao primeiro cineasta português, Aurélio Paz dos Reis, ou então sobre o nome de “Sophia” em clara referência à poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner.
O objectivo é tentar evocar uma figura maior da história das artes portuguesas, na medida em que o nome seja veículo de identificação e caracterização do passado artístico e cultural português lá fora. Entre estas duas escolhas, ainda há na mesa nomes icónicos como “Aniki”, “Evaristo”, “Santana”, ou nomes mais historicamente identificáveis como “Camões”, “Gama” ou “Viriato”.
Cada pessoa pode dar a sua opinião quanto ao nome, basta para isso aceder ao site oficial.
Se conseguir edificar-se como uma instituição coesa, a Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas vai defender o problema de distribuição que afecta o cinema nacional.
Imensos filmes portugueses são feitos mas nunca chegam efetivamente às salas, deixando o grande público sem conhecimento da sua existência. Muitos, é certo, pela sua duvidosa qualidade, mas alguns apenas por problemas da divulgação e distribuição.
Adivinha-se um novo marco no cinema português.
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