segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Gone With the Wind - Review


Dizer que Gone With the Wind é bom, é um tanto escusado. É como dizer que The Godfather ou o Citizen Kane são grandes filmes. É ponto assente e confirmado. Gone With the Wind é um dos filmes mais galadoardos e reconhecidos de todos os tempos. Mesmo assim eu, que no mínimo dos mínimos assisto a pelo menos um filme de dois em dois dias, nunca tive um interesse por aí além por este épico de mais de 4 horas. E fico a pensar: quantas pessoas da minha geração já assistiram a esta obra-prima?
Um clássico que este ano completa 70 anos, pois estreou em 1939. Nos primórdios da sétima arte, o cinema ainda tinha muito de teatro, era quase uma peça filmada. Os actores falavam sempre de frente para a câmara, e davam ênfase especial à voz sempre que diziam frases feitas ou nos momentos de maior climax. Era normal pois os actores vinham todos do teatro. Essa actuação mais teatral foi-se diluindo com o tempo e eu agora acredito que com este Gone With the Wind deu-se uma espécie de simbiose perfeita. Cinema ao mais alto nível com uns salpicos teatrais. E esta fusão proporciona-nos um cinema deslumbrante, de tirar o fôlego. Seria uma ousadia dizer que os filmes dessa época (considerada a Golden Age de Hollywood) são melhores do que os actuais. Não sou capaz de o fazer nem tenho os conhecimentos ou a certeza, que me permitem defender essa tese. Afinal o cinema evoluiu, e evoluir é melhorar. Mas estes filmes têm algo que os torna únicos. São (e eu pensei bastante até encontrar este termo que é a definiçao perfeita) arrebatadores!
Posso falar da magnífica banda sonora de Max Steiner e respectivo tema principal, daqueles que toda a gente conhece mas não-sabe-bem-de-onde.Posso falar também da magnífica fotografia do filme (foi o primeiro filme a cores a ganhar o óscar), onde a cor foi usada de uma forma extraordinária, realçando de forma exemplar os estados de espírito das personagens. Por exemplo, nas cenas de paixão e guerra predominam os tons vermelhos, nas cenas de juventude e de prosperidade, os azuis claros e os verdes, e nas de pobreza e morte, os tons escuros e cinzentos. Parecem escolhas óbvias mas são muito bem utilizadas e cumprem bem a função de moldar o estado de espírito do espectador.
Depois temos o cast magnífico com Hattie McDaniel, Leslie Howard, Olivia de Havilland, Clark Gable e Vivien Leigh. Hattie McDaniel com o seu papel de Mammy, foi a primeira actriz negra a vencer um óscar (apesar de não ser permitida a sua presença na cerimónia). Olivia de Havilland, é perfeita no seu papel de bondosa Melanie Hamilton. Clark Gable é tudo aquilo que um galã deve ser na tela.
E depois temos Vivien Leigh no papel de Scarlett O`Hara. Numa interpretacção que , meus senhores e minhas senhoras, é para mim a melhor interpretação feminina de sempre. Ela é boa e má, sedutora e seduzida, corajosa e covarde, bondosa e preversa, feliz e infeliz, quase todas as contradições da alma ao mesmo tempo, numa interpretação de luxo e sem quebras ao longo das 4 horas de filme.
Resta dizer que este filme foi adaptado do romance homônimo de Margaret Mitchell e entre aqueles que elaboraram o argumento, estão os nomes de F. Scott Fitzgerald e William Faulkner. O filme foi dirigido na maior parte por Victor Fleming.
Você gosta de cinema? E ainda não viu Gone With the Wind? Então está á espera de quê? Deixe-se arrebatar...

Gone With the Wind - 9,5

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