sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Avatar - review


Depois de meses de espera, finalmente Avatar!
Irá este filme mudar o cinema,assim como o conhecemos? Bem, o cinema está sempre a mudar. Este filme não será o grande ponto de viragem anunciado por alguns, não é uma mudança de sentido, à direita, à esquerda,ou para trás. É um pequeno passo em frente. Principalmente a nível visual. Como o foram o Terminator 2, o Jurassic Park, o Titanic, o Matrix ou o Lord of the Rings de Peter Jackson.
A todos aqueles preocupados com o excesso de CGI, eu asseguro que ele é incrivelmente fotorealista. A flora, a fauna, e a interacção das personagens com as mesmas é verdadeiramente fora de série. De referir que todas as plantas e animais foram criadas para o filme, ou seja, espécies inventadas que não existem na Terra. E não se pense que é apenas meia dúzia de coisas. De facto, os níveis de detalhe são impressionantes. James Cameron criou um mundo novo e o espectador acredita nele. Ou pelo menos acha credível. Fico a pensar se o visionamento do filme em 2-D conseguirá criar o mesmo sentimento de imersão, mas desconfio que não. É realmente muito aconselhável e recomendo mesmo verem este filme no cinema.
Um dos aspectos que James Cameron quis explorar, foi criar uma grande ligação emocional com os personagens, principalmente com os Na`vi. E isso pelo menos comigo aconteceu de uma forma estranha, pois criou mais impacto em mim as mortes de personagens Na`vi, que propriamente as mortes de personagens humanas. Ainda estou a pensar se isso será um ponto a favor ou contra.
Quanto à história do filme, posso dizer que é um dos aspectos mais fracos do mesmo. Não quero alongar-me muito neste aspecto mas penso que James Cameron podia ter dado um pouco mais de atenção ao roteiro. Não é mau, mas ao contrário dos visuais e das sequências de acção, dá bastante a sensação de dejá vu. Jake Sully (Sam Worthington) é um soldado que se sujeita a uma experiência científica, em que a sua mente toma conta do corpo de um avatar (uma espécie de clone) de uma tribo (Na`Vi) no planeta Pandora, com o intuito de se integrar com os indígenas para conhecer os seus costumes e fazer com que eles abandonem as suas terras. O resto, como se calhar já estão a imaginar é no fundo uma espécie de Dances with Wolves/Pocahontas. É uma história bastante "old-school" e simples. O que acaba por ser a norma nos filmes de Cameron que contam todos com scripts bastante básicos.
Mas que deixam a sua marca. E isso acontece com Avatar. Titanic é também apenas, uma história de rapaz pobre e rapariga rica que se apaixonam. E isso não impediu que fosse uma grande noite de cinema para muitos espectadores. Isto dá pano para muitas mangas eu sei, e tenho noção que no caso de Titanic os desempenhos salvam a história. Só quero demonstrar que as histórias de James Cameron são na generalidade bastante simples e que ele dá mais ênfase aos aspectos técnicos. E 12 anos depois da sua última experiência cinematográfica ele ainda tem o toque, a noção do superespectáculo e a capacidade de deslumbrar. E essa é a sua maneira de contar histórias.
Este filme é sem dúvida uma grande experiência cinematográfica e o meu conselho é que não "resista" ao filme e se deixe envolver e apreciar a sua imensa beleza.
Como Roger Ebert,um dos mais conceituados críticos americanos disse: "There is still at least one man in Hollywood who knows how to spend $250 million, or was it $300 million, wisely."


Avatar - 9

Sem comentários: